O mel da tua boca se esparramando até os pés
Eu te bebendo, sugando o seu doce, me alimentando de você
Nossos passos caminhando por uma mesma estrada
Eu me perdendo nos cruzamentos, você se afastando nas encruzilhadas
Nós nos encontrando nos acasos das esquinas
O teu perfume macio tocando a minha pele, exalando em mim meus desejos infantis
Meus olhos comendo os teus cor de jabuticaba com pequenos pontos de cristal clareando a paisagem ao redor
Meu corpo tremendo o frio da tua distancia, você se aproximando e me aquecendo com o seu hálito sabor de saudade
Eu me entregando confuso pras tuas mãos, você me tranquilizando com os teus beijos
Nós dois diante do ato do amor, inocentes em nossas descobertas
Desabotôo o seu casaco, tuas mãos me despindo inteiro
Me perco nos teus abraços, sou sugado pra dentro de você
Os meus dentes vão se prendendo na tua carne sentindo fome sua
Somos dois bailarinos que com passos tímidos vão dançando a paixão
Nossas mãos vão se desprendendo, nos lançamos alguns passos para trás
Você me diz adeus, eu criança uivo em soluços desesperados por te perder
Eu te grito para ficar, os teus pés vão insistindo sozinhos seguir
O meu coração vai seguindo a tua solidão, triste e descrente
Eu vou ficando por aqui, preso a este chão, imóvel, te vendo ir longe
Você me acena lá na última curva do horizonte, eu ainda mais uma vez te chamo
Você não escuta, te vejo linda como uma miragem em meio ao deserto
Te sonho todas as noites, te busco em todas as tardes, te perco em todos os dias
Estou aqui preso a esta janela, vendo a vida lá fora, esperando você voltar. Pra sempre te esperando até uma hora eu me cansar.
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