sexta-feira, 18 de junho de 2010

O mel da tua boca se esparramando até os pés

Eu te bebendo, sugando o seu doce, me alimentando de você

Nossos passos caminhando por uma mesma estrada

Eu me perdendo nos cruzamentos, você se afastando nas encruzilhadas

Nós nos encontrando nos acasos das esquinas

O teu perfume macio tocando a minha pele, exalando em mim meus desejos infantis

Meus olhos comendo os teus cor de jabuticaba com pequenos pontos de cristal clareando a paisagem ao redor

Meu corpo tremendo o frio da tua distancia, você se aproximando e me aquecendo com o seu hálito sabor de saudade

Eu me entregando confuso pras tuas mãos, você me tranquilizando com os teus beijos

Nós dois diante do ato do amor, inocentes em nossas descobertas

Desabotôo o seu casaco, tuas mãos me despindo inteiro

Me perco nos teus abraços, sou sugado pra dentro de você

Os meus dentes vão se prendendo na tua carne sentindo fome sua

Somos dois bailarinos que com passos tímidos vão dançando a paixão

Nossas mãos vão se desprendendo, nos lançamos alguns passos para trás

Você me diz adeus, eu criança uivo em soluços desesperados por te perder

Eu te grito para ficar, os teus pés vão insistindo sozinhos seguir

O meu coração vai seguindo a tua solidão, triste e descrente

Eu vou ficando por aqui, preso a este chão, imóvel, te vendo ir longe

Você me acena lá na última curva do horizonte, eu ainda mais uma vez te chamo

Você não escuta, te vejo linda como uma miragem em meio ao deserto

Te sonho todas as noites, te busco em todas as tardes, te perco em todos os dias

Estou aqui preso a esta janela, vendo a vida lá fora, esperando você voltar. Pra sempre te esperando até uma hora eu me cansar.


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